terça-feira, 1 de novembro de 2011

"Exílio" para o deputado Marcelo Freixo: como explicar, senhor governador da Copa e da Olimpíada?

Ameaçado de morte por milícias, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) está deixando o país, com sua família em rumo a local desconhecido.
Amparado pela Anistia Internacional, Freixo tomou a decisão de abandonar o Brasil porque não se sente mais seguro permanecer no estado onde o povo carioca e fluminense o escolheram para ser um de seus representantes da Assembleia Legislativa.
A escolta designada para lhe dar proteção já não é o bastante para o deputado se sentir mais seguro. Isto porque, se intensificaram nos dois últimos meses as ameaças contra a vida do político.
Coincidência ou não, em agosto numa reunião com representantes de torcida, jornalistas e outros envolvidos no "outro lado" da Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, Marcelo anunciou que tem (ou tinha) a intenção de se candidatar à prefeito do Rio.
Depois disso, as ameaças contra a sua vida e de sua família aumentaram consideravelmente.
Imagino que o governador do Rio, Sérgio Cabral, deva estar preocupado com isso.
Afinal, tem um mês atrás uma juíza de Niterói foi assassinada covardemente, em um crime atribuído a policiais militares. É o segundo caso consecutivo em que o crime vence a quem o combate.
Para mim, é fato: Marcelo Freixo é o primeiro exilado político desde o fim da pavorosa ditadura militar que o país viveu por mais de 20 anos.
Já imaginou o deputado ser eleito prefeito ou governador do Rio? Muita gente não ia gostar muito, na minha opinião.
A imagem do Brasil lá fora, com o exílio de Marcelo Freixo, será afetada pela falta de segurança aos cidadãos comprometidos com o bem estar da sociedade e contra a corrupção edêmica que assola o país.
Somos um Brasil que não conseguimos mais dar proteção a uma das poucas pessoas de bem que o Rio de Janeiro ainda tem na política.
É o fim.

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