O polêmico julgamento do processo que ganhou o apelido de "Caso Naldinho" será julgado nesta quinta-feira, às 18 horas no Auditório Rodolpho Alberto Pires, na sede da Liga Petropolitana de Desportos, mas antes mesmo de começar o evento o Petropolitano está se preparando para abrir uma crise sem precedentes no futebol de campo adulto da cidade. O clube ameaçou, em caso de perder os pontos, de entrar com recursos até chegar à instância superior da justiça desportiva. Ou seja, o Campeonato Municipal de futebol poderá ser paralisado por tempo indeterminado.
O Petropolitano parece estar levando a briga jurídica muito a sério. Tanto é que orientou o advogado Luís Antônio Salgueiro a evitar a qualquer custo a perda no julgamento do Tribunal de Justiça Desportiva petropolitano e, nem que para isso abra uma crise sem precedentes contra o Vera Cruz, autor do processo em que pede os pontos do alvinegro por conta de uma suposta irregularidade na inscrição do atacante Reinaldo no Campeonato Municipal. A coisa se tornou tão séria que, de acordo com as palavras do vice-presidente de esportes, Délio Kronemberger, a competição não vai acabar tão cedo.
– Se perdemos, de uma coisa você pode ter a certeza: de que não vou aceitar a derrota nesta quinta-feira. O que estão fazendo com o Petropolitano é um absurdo horrível. Querem nos tirar os pontos que conquistamos dentro de campo, com muito suor. Iremos até o superior tribunal (STJD) para buscar a justiça, desabafou Kronemberger com o repórter daTribuna.
Para não perder os pontos nesta noite, a defesa do Petropolitano se baseará em um artigo da Lei Pelé que fala sobre a liberação do jogador se não receber três meses de salários. Caso comprovado que Reinaldo continua preso ao Serrano – ele jogou pelo azul e branco alguns jogos do Campeonato Estadual da Segunda Divisão deste ano –, passado o prazo está liberado para atuar onde quiser. Reinaldo foi demitido em agosto passado e só entrou em campo no final do mês de novembro, no finalzinho do prazo final da lei. E é justamente nisso que o Vera Cruz está se baseando.
O clube da localidade do Moinho Preto alega que o Petropolitano não deveria tê-lo colocado em campo, já que supostamente o atleta mantém um vínculo profissional com o Serrano até dezembro. O presidente do azul e branco, Alexandre Beck, o "China", diz que deu baixa em seu contrato no mês de agosto. Porém, o TJD petropolitano pediu a rescisão de contrato de Reinaldo com o clube, documento este que não chegou nas mãos dos membros do Tribunal. Para dois advogados consultados pela Tribuna, que pediram anonimato, a situação do Petropolitano é mais complicada, a menos que consiga obter da Federação de Futebol do Rio o fim do contrato do jogador com o Serrano. "Caso contrário, mesmo que o Petrô tenha feito a reversão de profissional para amador, o atleta ainda continua preso ao Serrano, que por sua vez pode ser processado por tê-lo mandado embora em agosto, mas terá que pagar do mês de setembro a dezembro, depositar fundo de garantia, férias e tudo mais. É um caso muito complicado", observou o bacharel.
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