Um dos projetos esportivos e social atuante em Petrópolis está prestes a ser renovado. O "Canhotinha de Ouro", que funciona no bairro Morin e atende a mais de 400 crianças da rede pública de ensino, vai completar três anos no municípío e deve ser retomado nas próximas semanas. A Prefeitura, por intermédio da Secretaria de Educação, continuará financiando o trabalho e pretende publicar em breve no Diário Oficial a permanência do trabalho, sendo que até o momento está sendo analisado pelo setor jurídico . O padrinho do projeto é o ex-craque da seleção brasileira Gerson.
O acordo do Poder Público será com o Instituto Canhotinha de Ouro, que é o responsável pela implementação do projeto. O Intituto é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 12 de março de 2002, que através de atividades de esporte e lazer, promove a inclusão social de 3.500 crianças e adolescentes de baixa renda, que vivem em situação de risco. Atualmente o instituto está presente nos municípios de Niterói, Petrópolis e Nilópolis.
O projeto, em atividade desde o governo Bomtempo, prevê assistência médica e odontológica, em parceria com empresas privadas, aulas de esportes, entre eles: futebol de campo, futsal, capoeira, handball, natação e ginástica, transporte dos alunos ao instituto, através de convênio com empresas de ônibus, aulas de reforço de matemática e português, com o apoio de professores que prestam trabalho voluntário, apoio de psicólogos, psicopedagogos, nutriscionistas e fisioterapeutas, que prestam serviços também voluntariamente, passeios culturais, com visitas a museus, teatros, cinemas e pontos turísticos da cidade e tantas outras atividades.
Desde o início do Projeto Gérson esteve presente a preocupação com a saúde dos alunos, conforme destaca a Presidente do Instituto Canhotinha de Ouro, Patrícia Nunes Bizzotto:
- Sempre fizemos questão de ter a saúde em primeiro lugar. É uma questão de filosofia do Projeto. Escolinhas há um monte. A questão é ir além do futebol. Estamos oferecendo a estas crianças acesso a chances que de outra forma dificilmente teriam, seja na prática esportiva, seja na saúde, ou mesmo na convivência em grupo. Na verdade, o futebol acaba sendo um chamariz, por meio do qual elas descobrem estas oportunidades, decidindo a partir daí suas posturas diante da vida - diz Patrícia.
Gérson ressalta o caráter social do Projeto, destacando que a meta não é gerar craques, e sim oferecer oportunidades de prática esportiva, socialização e saúde aos jovens participantes:
- Se surgir alguém com vocação mais acentuada, tudo bem, ótimo. Mas a função do projeto é social, e não ser uma fábrica de jogadores.
Chamado de "Canhotinha de Ouro", foi campeão do mundo em 1970. Era capaz de fazer lançamentos de mais de quarenta metros de distância, colocando com precisão a bola onde quisesse. Jogou em diversos clubes brasileiros de futebol, tendo passagem destacada no Flamengo, no Botafogo, no São Paulo e no Fluminense, seu clube de coração, pelo qual foi campeão carioca em 1973 e onde encerrou a carreira.
O padrinho do projeto é uma figura pra lá de conhecida no cenário brasileiro e internacional. Gérson também ficou famoso nos anos setenta por protagonizar uma campanha publicitária de cigarros, na qual dizia "Gosto de levar vantagem em tudo". Essa frase resumia a suposta malandragem brasileira, símbolo do jeitinho e da corrupção, ficando popularmente conhecida como lei de Gérson. Após a associação maliciosa e indevida, ele já se lamentou publicamente de ter seu nome ligado a esses defeitos do povo brasileiro, que não combinam com o seu jeito de ser e nem com as suas idéias.
Quando jogava, Gérson tinha o apelido de "Papagaio" entre seus companheiros atletas, pois sempre gostou de falar muito. Depois de encerrar a carreira, tornou-se comentarista de futebol da Rádio Globo, participou do programa Mesa Redonda Rio da Rede CNT, e atualmente está no programa Jogo Aberto Rio na Band Rio. Coordena uma escola de futebol, participando de diversos projetos esportivos em Niterói, sua cidade natal, onde morou quase toda a sua vida.
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