quarta-feira, 1 de abril de 2009

CRAQUE NA POSIÇÃO, TONINHO CEREZO COBRA CHANCE A HERNANES E RAMIREZ NA SELEÇÃO


Um dos maiores jogadores de meio campo do futebol brasileiro, o ex-craque do Atlético Mineiro, Cruzeiro, São Paulo e seleção brasileira, Toninho Cerezo, hoje treinador do Al Shabab, campeão nacional dos Emirados Árabes, resolveu opinar sobre o polêmico e sempre apaixonante assunto que é a seleção do Brasil e principalmente sobre a posição onde brilhou intensamente, os volantes.
Para Cerezo, a seleção de Dunga se propôs a jogar daquela forma que atuou domingo no Equador para buscar um resultado que não a derrota e conseguiu. Só que na ótica do integrante do quadrado mágico de 1982 ao lado de Falcão, Zico e Sócrates,faltou aos volantes brasileiros Gilberto Silva, Felipe Melo e Elano, a capacidade da transposição da bola, de fazer a seleção sair da pressão que sofria lá de trás com a passagem do jogo mais rápido da defesa para o ataque. Por esta razão, de Dubai, onde reside, Cerezo foi enfático em defender pelo menos a chance para volantes mais jovens, que suportem a altitude e que possam fazer este jogo de transição rápida em qualquer circunstância.
"Tudo que se fala no Brasil é polêmico. Não quero que interpretem que acho Felipe Melo e Gilberrto Silva ruins ou incapazes. São grandes jogadores, atuam em grandes clubes na Europa, mas a seleção precisa de mais agilidade e sangue novo. Hernanes e Ramirez, por exemplo, para pegar os mais citados, são jogadores que tem velocidade, técnica e juventude. Para jogar fora de casa, acho que até compensa jogadores mais experientes, mas em casa temos que usar os mais fortes. Eu ouvi de grandes treinadores a minha vida inteira, que oito correm para dois mas sete não correm para três, ou seja, que dois menos experientes podem entrar numa equipe que os demais, mais vividos, vão segurar a barra deles. Mas se mudar mais de dois, ai já mexe em quase um terço do time. Ramirez e Hernanes vêm jogando bem e se entramos com três volantes, conforme temos jogado, sendo que um como meia, no caso o Elano, por que então não tentar o Hernanes, que por exemplo, joga assim hoje no São Paulo, mais avançado. Deixa ele disputar com o Elano se formos deste raciocínio que ele mudou de posição, apesar de achá-lo capaz para atuar em qualquer setor do meio campo. Se ele não pode de volante, já que na opinião da comissão técnica da seleção ele trocou este ano de lugar, use-o então na nova posição, onde está o Elano. Acho que bons jogadores podem jogar sempre. Atrapalhar eles não vão", disse Cerezo, que defende também a presença de Ronaldinho Gaúcho, mesmo reconhecendo nele um talento sem brilho neste instante.
"O Gaúcho é uma pedra preciosa. Cada treinador do mundo se perguntado for, vai querer um jogador como ele. Ronaldinho pode num lance, mesmo sem estar brilhante, definir um jogo numa metida de bola ou numa arrancada. Ele precisa é treinar bastante, por que craque ele é. Eu o queria na minha seleção", afirmou Toninho.
Cerezo se emocionou muito quando o assunto foi Ronaldo, o Fenômeno. Sempre fã do atacante do Corinthians, Cerezo disse que a subida no alambrado que Ronaldo fez na partida contra o Palmeiras, quando marcou seu primeiro gol no clube paulista, foi dos lances mais emocionantes deste ano e que ficou feliz como não ficava há muito tempo.
"Eu vi ali o Ronaldo que acompanhei com 17 anos no Cruzeiro em seu início de carreira. Me emocionei. Estou longe, vendo pela Internet, pena não estar perto. Mas foi lindo demais. Que cara é o Ronaldo! Deixem ele jogar, é o que peço. Ele é um cara extraordinário e que na área é um matador, sabe o que fazer. Vamos dar tempo ao tempo para que ele diga se pode ou não ir à Copa do Mundo ainda. Ele é quem tem que decidir. Nos resta torcer", terminou um emocionado Cerezo, que fez questão de esclarecer que recentemente afirmou que o volante italiano De Rossi, da Roma, era o melhor da posição no mundo, o que não é verdade. Cerezo retificou colocando que ele é o coração da Roma e nada mais do que isto. Cerezo tem ainda um ano de contrato com o Shabab e não decidiu se fica ou sai, apesar da multa de rescisão que tem em seu compromisso.

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