terça-feira, 3 de novembro de 2009

Petrópolis ainda exporta seus jogadores

Não há crise que possa abalar a estrutura do futebol da cidade. Em que pese um 2009 terrível para o desporto, há sinais de resistência e há quem cresça em um ambiente sem investimentos pesados. Que o diga os jovens atletas que disputam os campeonatos amadores promovidos pela Liga Petropolitana de Desportos, que está chegando ao seu momento decisivo e, antes mesmo de se saber quem será o campeão da temporada em várias categorias, há jogadores que estão de malas prontas para tentar a sorte em outros clubes.
O meia Anderson, de 18 anos, ganhou a oportunidade no Fluminense, que por sua vez acertou uma parceria com um clube de Pernambuco e o emprestou para a temporada de 2010. Anderson vai jogar no time que é dirigido por Luís Antônio Zaluar, conhecido ex-técnico do Serrano que ficou impressionado com o talento do jovem revelado nos gramados petropolitanos e quer aproveitá-lo na campanha do Campeonato Estadual daquele estado, que começa em janeiro. O craque petropolitano é um dos que aproveitaram a carona tricolor para tentar dar um voo mais alto, a exemplo do que ocorreu com os gêmeos Fábio e Rafael, hoje no Manchester United.
O Carangola, clube que está desenvolvendo há anos um dos mais eficientes trabalhos com jovens atletas, começa a colher frutos. Sem qualquer apoio do Poder Público, o azul e amarelo fincado na comunidade do Divino ganhou um status especial na Copa Zico, quando ganhou duas das quatro categorias que disputou, e de quebra abocanhou um vice-campeonato. Alguns clubes ficaram de olho nos garotos, entre eles o artilheiro Vítor, de 13 anos, que despertou interesse e sondagens de empresários, mas o negócio não foi adiante. Para o seu pai, Robson Leandro, que é supervisor geral do clube, diz que é cedo para falar em ceder Vítor para qualquer outro time.
Mas Robson Leandro não evitou que dois jogadores que disputam pelo Carangola o Campeonato Municipal de sub-15: Gean e Wallace fizeram, recentemente, testes para jogar em um dos destaques do Campeonato Brasileiro da série A e estão, segundo o dirigente, de malas prontas para ir embora. Ambos os atletas passaram nos testes no Atlético mineiro. Ainda não tem uma data certa para eles irem embora em definitivo. É provável que o técnico Cezão ainda conte com a dupla para a campanha em busca do título da categoria, já que atualmente ocupa a primeira colocaação na tabela e já está classificado para a segunda fase da competição.
A leva de jogadores do Carangola é maior. Anderson, filho do treinador do sub-17, Adãozinho, já está inscrito no América mineiro e é o novo talento "exportado" pelo clube. Exdiste um clima de muita felicidade pela aprovação do jogador Anderson. Para o supervisor Robson, o caminho a ser trilhado pelo atleta americano é significativo para o clube, mas enfatiza a parte social que é desenvolvidaa naquela região pelo azul e amarelo. " Uma garotada vem treinar conosco, não apenas os jogadores que participam de campeonatos, mas outras que fazem suas atividades físicas com a gente", ressaltou o supervisor.
Os demais clubes que participam das competições oficiais da cidade ainda carecem de incentivos. Embora muitos deles sejam devedores de impostos, lutam como pode para se manterem vivos. Os pais, nesta situação, acabam sendo os principais "patrocinadores" destes clubes, bancando taxas de arbitragem e tudo mais, a exceção nesta temporada nas categorias de sub-9, sub-11 e sub-13 no futsal, cujo pagamento vem direto do gabinete do prefeito. A Liga Petropolitana de Desportos, por sua vez, enfrenta um ano atípico em relação aos anteriores, quando era subsidiada com o dinheiro público referente ao Programa de Incentivo ao Desporto (PID), encerrado por Paulo Mustrangi e ainda sem muita explicação sobre isso.
Clubes sonham em continuar revelando - Para garimpar talentos, o Petropolitano lançou neste ano um ousado projeto em busca de sua reestruturação do futebol, talvez a mais radical desde que começou a implantar os primeiros esportes no clube, em 1911. O alvinegro não quer apenas se profissionalizar, mas também ser um celeiro descobridor de craques escondidos nas principais comunidades petropolitanas. Ao todo, foram montados seis núcleos. Os dirigentes, inclusive,pediram uma parceria com o Poder Público, quando seus representantes se encontraram com o chefe de gabinete, Wilson Franca, para pedir reformas nas quadras de futebol soçaite em alguns bairros petropolitanos. Através de Franca, o prefeito Paulo Mustrangi inaugurou recentemente duas delas, uma no Siméria, onde jáa funciona um núcleo do alvinegro.

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